
Marcamos a entrevista pelo telefone, para o dia seguinte à aula, durante um almoço em sua casa. Entre garfadas e sorrisos, Ivanna me confessou seus medos, mostrou-me uma pessoa muito diferente da que estamos adaptados e me fez ver, que nem sempre “ter tudo” significa “receber tudo”.
Choque ao perceber que aquela menina que sempre aparentava muita força, tom irônico na fala, tem no seu íntimo um doce e gentil coração, tentei não demostrar meu espanto.
Usando seu óculos com detalhe verde neon, carrega no olhar um ar sério e descontraído, cabelos sempre amarrados por uma presilha preta, traz sempre pendurado no pescoço uma proteção de sua religião, não podendo faltar a sua marca registrada, pulseirinhas pretas no braço direito. Com um sorriso singelo, me confessa seu maior medo que é a solidão e diz que “a solidão é a decadência do ser humano”.
Ivanna Duarte, é menina-mulher, carrega na sua história de vida muitas vitórias e superações. Com apenas 19 anos, já passou por momentos de tirar o fôlego e derramar lágrimas, momentos estes que nem sempre são fáceis de lembrar ou de esquecer na vida, porém, nunca perdeu o entusiasmo de viver a vida, sempre preferindo correr os riscos. Sobre seus atos, “me considero uma pessoa que sabe aproveitar a vida e quando quer faz o que tem vontade de fazer e tenho coragem”.
Nascida em Belém do Pará, no dia 04 de maio de 1990, têm no irmão mais velho a figura de herói. Como o seu pai saiu de casa muito cedo, ela via no irmão a figura paterna, “era ele quem sempre estava comigo, brincava comigo antes da minha irmã nascer, foi ele quem influenciou meu gosto musical”.
Adepta da religião messiânica, Ivanna relata que seu primeiro contato com a religião foi através de sua avó e se considera hoje, messiânica e católica. “O convívio desde pequena com a filosofia espiritual deles, minha avó era messiânica, e participava das orações, achava muito legal as pessoas rezando em japonês, então me tornei uma espécie de membro mirim da igreja”.
Estudante do curso de jornalismo, Ivanna é adepta da boa leitura e boa música. Porém me conta que seu maior sonho era mesmo fazer história na ufpa, “minha paixão é por historia, saber o que aconteceu no passado para poder explicar o que acontece no presente, vejo que o mundo hoje é reflexo do mundo no passado”.
Entre as histórias que muito lhe marcaram, lembra com carinho de um fato quando ainda era criança de seu primeiro animal de estimação. Termina nossa conversa me dizendo a frase de uma música de Andréa Martins, de quem é fã, que diz “... foi a dor que me ensinou a ser quem sou”.
Stefany Bragança.